quinta-feira, 30 de abril de 2009

Quebrei o lápis só hoje


Hoje,

quase perdi a hora

não almoçei

oscilei entre picos de alegria e tristeza

por hora pensei que fosse só TPM

mas percebi que não chegava nem perto disso.

Hoje,

quase tive um treco de tanta alergia

nos olhos

no nariz

no pescoço.

Calculei uma média de 48 espirros.

Hoje,

observei nos mais próximos,

inveja pura

pouca descência,

e o mínimo de coerência.

Hoje,

senti saudades

vontade de ligar

de escrever

mesmo sabendo que

você nem ía lembrar de ler.

Hoje,

tive raiva

vontade de deitar e dormir

esperar passar

essa vontade

que há de partir.

Hoje,

quebrei o lápis

e no meio me arrependi

mas como não sou de temer quase nada,

fui até o fim

olhei pra tua foto no site

e ri.


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domingo, 19 de abril de 2009

Me salva de mim




Cansei de pensar
no que escrever
cansei de pensar em algo pra surpreender.

Cansei.

A cabeça dói,
no chão do quarto, tem roupa, tem bolsa, tem livro, tem sapato
pé dum pé d'outro.

No chão do quarto, o violão.
senti saudades dele.
Em cima da cama, o lençol embolado, a toalha molhada, e tudo que não queria ter usado.
Na mesinha tem chá,
tem água, tem chocolate, tem remédio, tem agenda, tem caneta, lápis, borracha,
até aqui do lado tá tudo badernado!

Diz ela que tem fundamentos na psicanálise
que quando o quarto tá bagunçado
as ideias fogem do contexto, que consegue ver além da tela do computador, a bagunça que ficou na minha sala.

Diz ela que tem fundamento.

Então,
me salva de mim só hoje.

Me salva
da taça de vinho
da casa que assusta sozinha, aqui de noite.

Me salva
do aperto
do sentido
do inseguro
da razão
da vontade que eu sinto.

Me salva
daquilo que nem eu sei se sinto.
do silêncio que insiste em rasgar
da vontade de sempre ir embora
a preguiça que eu tenho, até de gritar.
desse monte de frase que não quer se ordenar.

Então,
me salva de mim só hoje.





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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Me engana que eu gosto

*
*
Deixou claro pra ela, que não queria nada.
Mas ela, insitiu.
Ligou e foi atrás muitas vezes.
Pegava o carro correndo
e saía asfalto à fora,
como se fosse, logo alí.
Achou mesmo que mostrando tanto interesse,
voltasse atrás, em certas coisas que dizia.
Mas na verdade,
nada volta a ser o que era.
Ela sempre soube até onde podia ir,
pra ninguém sair culpado.
Vez ou outra largava uma investida dizendo,
"que saudade".
Mas nunca esperava que tomasse partido.
Nunca foi muito de se entregar, mesmo pisando em solo firme.
Ía ser agora, que ía se jogar barranco abaixo?
Quando saiu de lá, da última vez, teve a sensação de que não fosse
voltar mais alí.
Se chateou, mas naquela altura do campeonato
já não tinha mais cartas na manga.
Não ligou.
Não procurou saber.
Não pensava mais, tão seguidamente.
Não esperava mais o telefone tocar.
Não se importava mais com a derrota,
nem com a vitória.
Parou.
Olhou pro telefone.
Tocou.

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quarta-feira, 8 de abril de 2009

No meu país.

Se esse mundo fosse só meu, tudo nele
seria diferente.
Nada era o que é,
porque tudo era o que não é.
E , também tudo que é,
por sua vez não seria,
e o que não fosse,
seria.
Não é?
.
Definitivamente não é um filme pra crianças.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Que nem cachorro que caiu da mudança

Por horas fiquei aqui tentando buscar uma inspiração, para escrever o momento ou algo parecido. Esse é o problema da normalidade, textos a menos, kilos a mais.
Ultimamente, tenho me sentido um personagem na história alheia, por vezes atuando como protagonista, mas nas cenas principais, como figurante.
A sensação é que observo o palco de longe, como se esperasse pelo grande espetáculo, como se a qualquer momento o diretor fosse falar:
- "Pronto! Gravando!"
E o mais engraçado disso, é que eu vou saber exatamente como atuar.
Esperei por isso.
Lutei por isso.
Chamei por isso.
.
Por hora, me sinto assim
com essa cara de cachorro que caiu do caminhão da mudança,
e ficou esperando você vir buscar.
Eu espero, mas não muito,
não combina muito comigo esperar, sem visualizar o texto,
ou a vasilha de água pela frente.
Tenho me dado o luxo de aceitar só o que me faz bem.
Parei de enxergar pelas frestas da porta,
e te trazer a bolinha simplesmente para você atirar para tão longe
e não pedir pra voltar.
Dou confiança desconfiando, brinco com a verdade
me protegendo das mentiras.
.
Eu joguei a toalha.
Confiança é liberdade.
Eu tenho uma ânsia por enxergar além, de dentro de mim,
que não cessa.
Tô no palco, quero ser sempre a protagonista,
infelizmente não nasci
para ser figurante.
Sempre tive medo do desconhecido,
da platéia,
do público,
da crítica
construtiva ou destrutiva.
Mas agora, quero o desconhecido, quero sentir o prazer de fazer
o meu roteiro,
fazendo oscilar sem medo,
o certo e o errado.
Quero mais, do que um simples texto a ser decorado.

.

(pra quem tava sem idéias as 04: 31 da madrugada até que saiu uma coisinha!)


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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Diariamente

Coca-cola pra descer a comida
Lixa pra unha quebrada
Lexotan pra dormir
Férias para um ano de trabalho
Salário para o fim do mês
Música para cantar
Médico pra quem tá doente
Avião para viagem
Olho no olho pra dizer a verdade
Banho para ficar limpo
Mar para quem quer pensar
Areia para brincar
Beijo roubado para surprender
Felicidades para quem tá de aniversário
Abraço para coração apertado
Mudança para quem quer mudar
Pijama para dia frio
Comédia para domingo a noite
Alô, pra quem tá do outro lado da linha
Vitória para futebol
Indiferença para quem é indiferente
Ps. para quem quer dizer mais
Chá de sumiço pra quem não quer ser lembrado
Eu, sempre vendo o outro lado.

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Frieza 01/04/2009

Engraçado como tem imagens que
não precisam de legenda.