quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

É Culpa do Tempo...


Faz tempo que não escrevo
uns versos
uns textos
e nem sequer umas frases.
O violão então, chora no chão
do quarto
Faz tempo que não o vejo ( o violão).
Não sei bem o que aconteceu,
pra falar a verdade
nem sei se aconteceu.
Hoje tirei o dia de folga,
não tirei o pijama
troquei o café preto,
pelo refrigerante
o peito de peru,
pelo salgadinho da padaria,
embolei meu cabelo meio liso meio crespo
e daí,
pensei em tí.
Tive tempo,
não gosto quando tenho tempo
penso o que não devo,
falo o que não posso,
escrevo a verdade,
sem frases ou palavras subliminares,
falo na cara
e é tudo culpa do tempo que sobra.
Então enquanto espero
escrevos uns versos.
*
(Copyright 2008 - Todos os direitos reservados)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Aquele meu lado gaúcho-praieiro misturado com o teu lado uruguaio-campeiro...

Na Solidão de Algum Posto
(César Oliveira e Rogério Melo)
Solito e manso na solidão de algum posto
Pensando longe mateio "bombeando" a lua
Quando a lembrança se "potreia" e " vira as garra"
Sempre me agarra sentindo saudades tua

Se eu não tivesse que andar rolando no mundo
"guasqueando" a sina de ter nascido "encruado"
"acolherava" minha estampa em tua alma
Serena e calma eu deixava de andar alçado

Foi o destino que fez com que eu me perdesse
Pela distância que se "agranda" e me carrega
Com meu sombreiro debochado das tormentas
Das que arrebenta escabelando macegas

De ponta a ponta vou cruzando esta querência
Golpeando potro e pechando boi nos refugos
Pois não me entrego nem pra o guascaço mais forte
Só mesmo a morte pode me quebrar o sabugo

Pra "querendona" flor de prenda meu amor
Eu ofereço minha estampa de campeiro
E se o tempo não se fizer de carancho
Eu ergo um rancho "n'algum" recanto fronteiro
Pra escora o golpe das galopeadas do inverno
E vento bravo que assovia das bibocas
A quincha grossa de "santa-fé" e "estraladeira"
Será trincheira pra um teatino e uma chinoca

E quando o sol brilhar mais cedo e mais forte
E a primavera alvorotar o meu rincão
Serei mais taura em domas e gineteadas
Das campereadas erguerei poeira do chão

E a flor mais linda que florescer será ela
Frente ao galpão no clarão de um riso largo
Pra me dá um beijo quando eu voltar estropiado
Pedindo agrado de carinho e mate amargo.